quarta-feira, 28 de junho de 2006

Impossibilidades rotineiras

E ela disse: "A vida é muito mais do que você vê por trás do vidro desses óculos; muito mais do que você ouve quando tem esses fones enfiados nos ouvidos, tocando a tua música, num volume tão alto que faz todo o resto ao redor parecer nada além do que uma confortável e inofensiva nuvem de poeira. O teu amor não basta, e não há espaço para mais ninguém no teu mundo, não importa o quão real tenha sido o sonho da noite passada. Forçar um sorriso foi a única coisa que te vi absorver de todos aqueles livros de autoajuda. Então você sorri. Não de felicidade, não de alegria, não de satisfação, mas para tentar reverter em aparente bom-humor a pena que sente de si mesmo. Não é verdade?". E ele sorriu.