quinta-feira, 14 de julho de 2011

fomos

sobre o título desse blog, ontem ouvi: "bem, está mais para DAS IMPOSSIBILIDADES, né?", e concordei. e resolvi assumir um novo, que dá cara para um projeto que nem sei exatamente do que se trata ainda, mas que vem se formando na minha cabeça, de forma bem natural, há algum tempo.

"das possibilidades" dizia sobre a minha visão da vida, e de como tudo, tudo, tudo nela é insólito, uma eterna e infinita possibilidade. mas a minha temática de escolha acabou, sem que eu me desse tanta conta, caindo em um outro campo, num papo de amor, de amor forte, de amor fodido, de amor presente, de amor exagerado, de amorzão. em algum momento disso, surgiu na minha frente a expressão "amor em neon", e por ela peguei também tanto amor que resolvi que precisaria criar alguma coisa que ela pudesse carregar.

por que adiar? eis, então, a nova versão de tudo isso aqui:

http://amoremneon.blogspot.com

mudou pouco, mas agora o objetivo fica um tanto mais aparente e a temática, que ainda tentava se fantasiar um pouco, fica escancarada. sem vergonha, agora eu fala só de amor (digo "só" por costume, como quem esquece que ele também é uma infinita possibilidade) (ops!). vão lá.

:-*

segunda-feira, 11 de julho de 2011

dinâmica

"é sempre amor,
mesmo que mude"
,
alguém cantou

fora de área

− alô.

− oi.

− oi.

− tudo bem?

(seu filho da puta, como você tem cara de me ligar e me jogar na cara um “tudo bem?” inútil e vazio como se a gente ainda se guiasse por algum tipo de convenção social e como se não tivesse acabado comigo na hora em que fui mais seu, seu covarde, você é um covarde, um bundão, é, você é um bundão, um bundão que se esconde atrás dessa merda desse papo de maturidade e que foge da felicidade, ouviu?, foge da felicidade com o pretexto de estar fazendo a coisa certa, coisa certa o caralho, coisa certa é eu cair na real e me convencer de que você foi um sonho ruim e sair por aí vivendo e me sufocando de tanta alegria do lado de gente que não vai me pisar e me enrolar e me manipular com uma porra de sentimento que não vale de nada, com um sonho escroto que você fez questão de jogar no lixo tantas vezes, uma merda de um amor maior do mundo sem valor, cujo valor você tirou, seu filho da puta, quando me olhou na cara e cuspiu que não podia, você perdeu o direito de pensar em mim, de lembrar que eu tô aqui, de me ligar, de ouvir a minha voz, perdeu o direito de saber que eu te amo e de se consolar das merdas da vida no meu amor por você, acabou, acabou, fim, eu não quero mais ouvir o teu nome, não quero ter nada a ver com você, quero sumir com essa mancha enorme que ficou na minha vida por sua causa, porque você foi um idiota, porque você nunca foi forte o bastante pra segurar a onda, porque eu sempre fui mais forte do que você.)

− tudo.

Audiência

Sei que a qualquer momento uma equipe de programa de tevê cafona vai abrir essa porta num estrondo e dizer que é tudo uma piada de mau gosto, do tipo que dá audiência numa tarde de domingo. Satisfeito, vou agradecer. Sei que vai ser assim.

domingo, 10 de julho de 2011

voo

quem nunca pensou
em
se atirar
de uma janela
atire,
então,
a primeira pedra.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

ela

e desse risco iminente de explodir em lágrimas a qualquer momento que escolheram chamar, gentis, de vida?

dele, falo eu.

domingo, 3 de julho de 2011

simplicidade

"que el amor es simple
y a las cosas simples
las devora el tiempo"

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Amei

Ela jogou um "eu te amo" no ar apenas para ouvi-lo de volta, refletido em um anônimo, e o fez sem culpa. Não são poucas as vezes em que é a solidão quem diz que ama. Rasa como era, não havia ainda pensado na raridade com que a recepção certa, aquela do brilho nos olhos, do não-sei-o-que-dizer, do calor nas têmporas, do mundo ao redor todo embaçadinho, vem junto e divide o momento com o célebre amor falado. Foi só então (e, até hoje, apenas então) que se permitiu. E continuou, enxergando as sentenças de sentimento como mistérios em mesmo formato. Perguntou a mim e a todos e a si mesma de quantas em quantas vem uma que realmente carrega a algum lugar melhor. Mas deu-se cansada antes de alcançar a conclusão. Não descobriu que o risco e a pena de soltar por aí um "eu te amo", seja ele devido ou não, é justamente não ganhá-lo de volta. Ou então ter nas mãos um que não faz jus à espera, que não causa a emoção prometida, que não serve para nada.

terça-feira, 28 de junho de 2011

hoje

o dia mais triste da minha vida foi um domingo. o mais feliz, uma sexta. a maior saudade veio em uma noite de sábado. o primeiro amor, forço a memória, acho que também. a certeza de que tudo deveria mudar chegou numa quinta, não sei bem a que horas. a mudança, de fato, adiei para a quarta seguinte.

hoje ainda é um mistério.

correio

baby,

desculpe a demora. em tempos de e-mail, parece ridículo que você precise esperar tanto tempo por uma palavra minha, como se vivêssemos num interior ermo e perdido no tempo.

não venha dizer que sim, vivemos nesse interior. o nosso próprio não conta. do contrário, estaríamos ambos à beira do abismo desde que nos entendemos por gente, não? e nem venha dizer que sim, estamos mesmo. sem graça! você me conhece demais, e pouca novidade resiste a esse risco iminente que a gente chama de melhor amigo.

bem, tem tudo por aqui sido um pequeno estrondo.

vou pular a vida e ir direto ao que você quer saber. eis que já chegamos ao "eu te amo tanto que não tenho medo de te perder", vê se pode. é o tipo de confissão e de sentimento com o qual ninguém está tão preparado para lidar. alguém com 80 anos e muitos amores na memória, talvez, não sei. e soou errado a princípio, pouco lisongeiro, quase uma ofensa disfarçada de alguma outra coisa, mas ainda com cara de ofensa. mas depois entendi. é bom, e tem muito mais carinho nisso do que percebi na superfície. no exagero, o amor é tanto que não há condição de pertence. bonito, né? nobre, lindo, que se permite renúncias. parece o amor maior, ou algo próximo do que os livros contam que é um possível amor maior. não que eu entenda muito de amor, claro, quem dirá dos maiores, mas ao menos parece ser o tal que chegou aqui pertinho. ou talvez tenha sido eu quem inventou o que quis, não sei. o que não é possível? mas bem, foi isso o que ousei ouvir, com olhos nos olhos, cabeça no colo, mãos na pele, coração na boca, todo aquele clichê apavorante.

mas, veja só, seguimos distantes, um cá, outro lá. por ter pressa, olha que curioso, ou então por algum ideal romanceado que acaba barrando um desfecho. talvez a gente ache o conflito bonito, sei lá. sei que é como num filme muito bom, mas triste, daqueles que têm criancinha, daqueles em que a criancinha morre no final.

vai entender. por enquanto, há pouca ação a relatar. mas atualizo você, sim? torço (torça também!) para que em pouco. tenho me cansado muito, mas, percebo, mais pelo silêncio. poetizei, causei vergonha alheia? bem, fica um pensamento.

dramatizo com ares de piada, você entende, né?

e na sua cabeça, o que há de importante ou de disfarçadamente banal? conte. não é possível que eu seja a única pessoa à beira do abismo e de alguma forma de loucura por aqui. rarrá.

um beijo,
f.