sexta-feira, 19 de agosto de 2005

Letras de fôrma

Deu saudade, mas saudade é clichê. Odeio clichês. Vou abrir uma exceção dessa vez, já que não foi bem saudade de você. É, desculpa, mas não foi saudade de você. Foi saudade daquele tempo de motivos, de sensações novas, aquele tempo em que tudo em volta adquiria um sentido mais bonito, mais poético.
Ah, eu bem entendia os poetas!
Naquele tempo eu não era tão prático, e meus pés nem sempre sentiam a firmeza do chão. Eu sempre tinha assunto sobre o qual escrever. Eu via além. Mas eis que, enfim, dei reset no meu próprio tempo. Tinha que ser assim.
Agora é mais difícil te ver por aí ou receber carta com a sua letra de fôrma. É mais difícil ouvir dos teus problemas, e às vezes até o “oi” me some da memória.
Hoje eu não sei se tudo está errado, ou se é exatamente assim que as coisas deveriam estar. A gente aprende em tempos diferentes, cada um de um lado. E a gente ainda se cruza às vezes, e eu vejo que você tá bem.
A falta mesmo é daqueles dias de romance quiçá inócuo. Era mais fácil tocar a vida. Mas tudo bem.