segunda-feira, 11 de julho de 2011

fora de área

− alô.

− oi.

− oi.

− tudo bem?

(seu filho da puta, como você tem cara de me ligar e me jogar na cara um “tudo bem?” inútil e vazio como se a gente ainda se guiasse por algum tipo de convenção social e como se não tivesse acabado comigo na hora em que fui mais seu, seu covarde, você é um covarde, um bundão, é, você é um bundão, um bundão que se esconde atrás dessa merda desse papo de maturidade e que foge da felicidade, ouviu?, foge da felicidade com o pretexto de estar fazendo a coisa certa, coisa certa o caralho, coisa certa é eu cair na real e me convencer de que você foi um sonho ruim e sair por aí vivendo e me sufocando de tanta alegria do lado de gente que não vai me pisar e me enrolar e me manipular com uma porra de sentimento que não vale de nada, com um sonho escroto que você fez questão de jogar no lixo tantas vezes, uma merda de um amor maior do mundo sem valor, cujo valor você tirou, seu filho da puta, quando me olhou na cara e cuspiu que não podia, você perdeu o direito de pensar em mim, de lembrar que eu tô aqui, de me ligar, de ouvir a minha voz, perdeu o direito de saber que eu te amo e de se consolar das merdas da vida no meu amor por você, acabou, acabou, fim, eu não quero mais ouvir o teu nome, não quero ter nada a ver com você, quero sumir com essa mancha enorme que ficou na minha vida por sua causa, porque você foi um idiota, porque você nunca foi forte o bastante pra segurar a onda, porque eu sempre fui mais forte do que você.)

− tudo.