terça-feira, 21 de junho de 2011

satisfação

veio hoje me dar satisfação por ter me jogado fora tanto tempo atrás. sem pedido, veio falar do quão triste foi tudo ter dado errado, de como a gente não segurou a barra e de como fugiu sem dar meia explicação. veio falar de como me amou, de como amou alguém pela primeira vez, de como fomos sublimes por aquele pouco tempo, de como somos perfeitos juntos e de como não conseguimos. de como doeu ver aquele passado amor se esvair sem saber fazer nada a respeito.
me fez analisar a grandeza de uma história que nem percebi tão bem o que tinha sido, me forçou a perceber que existiu esse amor todo e que segue existindo alguma coisa linda que vai ficar jogada por aí, sem uso. foi como se dissesse, com o silêncio: SEGURA AÍ A BOMBA E NÃO FAZ NADA A RESPEITO.
e ainda me contou, gentil, que, um mês depois de jogar para cima de mim que precisava de tempo sem ninguém, encontrou alguém. daniel, o nome do moço. bem vestido, independente, fã do fante e do leminski. e seguem felizes, tanto quanto dá, quer dizer, apesar desse peso no peito que fez questão de me apresentar, de carregar o meu nome gravado em neon embaixo da camisa por onde quer que vá. o fracasso da distância.
não basta. deseja que eu seja um amigo, porque eu, aparentemente, sou alguém especial. e eu também quereria ser um amigo, o melhor amigo, se não estivesse fingindo que com as verdades tardias de hoje ficou tudo bem e que dá para afogar um ou outro amor que a gente ainda sente num dia a dia ameno, que o olhar não vai denunciar emoções ainda não inventadas, que há um nós a ser levado a pés de algodão.
a arte de dizer que está pronto sem estar, de engolir o PQP VOCÊ NÃO FAZ IDEIA, de se convencer de que o amor de verdade é outra coisa.
ou não. pqp eu.
em neon. ainda em neon.